Mario Kart World chega com tudo ao Nintendo Switch 2: clássico renovado com inovações ousadas

Com um entusiasmado “MARIO KART WORLD!”, Mario nos dá boas-vindas ao mais novo capítulo da franquia que os fãs aguardavam há mais de uma década. Essa longa espera foi atípica para a série, já que a Nintendo geralmente lança uma nova edição de Mario Kart para cada console. No caso do Nintendo Switch original, a empresa optou por adaptar o título da Wii U, que recebeu atualizações ao longo do tempo, mas nunca chegou a ter um jogo inédito completo. Por trás dos bastidores, porém, o time criativo da Nintendo já trabalhava em um projeto ambicioso demais para o antigo hardware.

Agora, com o lançamento do Nintendo Switch 2, Mario Kart World marca história ao ser o primeiro da série a estrear junto com um novo console. Embora não leve o nome “Mario Kart 9”, este jogo representa um novo rumo para a franquia, trazendo mecânicas inéditas, um estilo gráfico renovado e um mundo interconectado onde pistas e conteúdos se unem sem interrupções. Com o console finalmente nas mãos, pudemos testar o jogo a fundo e identificar seus pontos fortes e os aspectos que ainda pedem ajustes.

Antes de tudo, é importante destacar: Mario Kart World continua sendo Mario Kart como os jogadores conhecem e amam. Corridas acirradas, itens caóticos e momentos que colocam amizades à prova seguem no centro da experiência. Escolha seu piloto, monte seu kart e vá para a pista, utilizando itens clássicos como cogumelos de velocidade, cascos, bananas e muito mais. A jogabilidade continua envolvente no modo solo, mas brilha ainda mais nas partidas em grupo com amigos e familiares. Nesse sentido, o título segue como um dos mais acessíveis da Nintendo.

Essa acessibilidade se mantém graças à jogabilidade intuitiva e opções de assistência como direção inteligente e aceleração automática, permitindo que até os jogadores mais casuais e os pequenos da casa participem das corridas. O sistema de itens também equilibra a disputa: quanto mais atrás o jogador estiver entre os 24 competidores, mais poderosos serão os itens recebidos. Entre as novidades estão a Flor de Gelo e os Martelos Arremessáveis, que oferecem novas estratégias ofensivas, além do Casco de Moeda e o Bloco de Interrogação, que aumentam o saldo de moedas. Também retornam itens como o Mega Cogumelo e a Pena, ampliando ainda mais as possibilidades táticas.

Mas o item mais inusitado é a Bola de Cristal, que invoca o mago Kamek. Ele sobrevoa a pista em sua vassoura, coloca obstáculos e transforma temporariamente adversários em outros personagens – desde inimigos como Goombas até figuras excêntricas como uma vaca da pista “Campos Muu Muu”. Após serem transformados, esses personagens são desbloqueados como pilotos jogáveis, o que surpreende até os fãs mais criativos da série.

Alguns corredores, como Rosalina, ainda são desbloqueados da forma tradicional, cumprindo objetivos específicos. No entanto, os chamados “pilotos NPC”, como são descritos pelos desenvolvedores, apesar de serem um agrado aos fãs, parecem mal integrados ao jogo. Isso se agrava com o novo sistema de trajes: durante as corridas, é possível coletar “Turbo-Lanches” – como donuts, hambúrgueres e sushis – que modificam o visual de personagens principais, mas não alteram os NPCs, que permanecem com o mesmo aspecto. Além disso, a distribuição de trajes é desigual: enquanto Donkey Kong possui apenas uma variação, outros personagens têm até nove.

A inspiração para esse sistema veio de Mario Kart Tour, e é positivo vê-lo implementado na série principal. No entanto, seria mais interessante desbloquear trajes através de metas específicas, e não dependendo da sorte. Isso tornaria a progressão mais recompensadora a longo prazo. Outro ponto que merece crítica é o menu de seleção de personagens e trajes, que se apresenta inflado e confuso, sem opções de filtros ou favoritos.